sexta-feira, 29 de abril de 2011

MONSANTO

Terra de rara beleza, antigamente denominada de Monte Santo, do seu passado,prevalecem inúmeras historias e lendas ligadas a invasões a assaltos a povoações.
Logo á entrada, somos recebidos pela Santa Pedra.


Através de um concurso organizado pelo Secretariado Nacional de Informação em 1938, a aldeia de Monsanto foi considerada a mais portuguesa de Portugal, com a atribuição do  galo de prata, estando uma réplica exibida orgulhosamente na Torre do Lucano.

Monsanto é uma vila repleta de tradições e costumes, conhecida principalmente pelo seu artesanato, onde se destacam as Marafonas e os Adaúfes.

Consideradas símbolos de fertilidade, eram colocadas na cama dos noivos, na noite de núpcias (é por isso que, diz-se, não têm olhos para observar os momentos mais íntimos nem boca para os descrever...). A população atribui-lhes também a virtude de afastar as trovoadas, mau-olhado e até raposas.
 Outro souvenir interessante é o adufe, instrumento musical tradicional de Monsanto, uma espécie de pandeiro de pele com armação em madeira e enfeitado nos cantos com bolas ou trapos de lã. Tal como as bonecas, é imprescíndivel na festa de Maio.


Durante a caminhada pelas ruas de Monsanto, podemos desfrutar da simpatia dos Monsantinos que nos contam historias e lendas da terra.
Como qualquer vila, podemos apreciar a sua beleza arquitetónica, destacando-se a Igreja da misericórdia, a capela de S. Miguel que se encontra em ruínas, sendo este um templo românico em pedra granítica situado ao lado do castelo onde se ergue ao lado uma torre sineira com dois arcos de volta perfeita e ainda em redor da capela, várias sepulturas escavadas na rocha.



Ali ao lado da capela de S. Miguel, ergue-se o ex-libris da vila. O seu castelo, que outrora terá sido alvo de vários ataques  em parte pelos espanhóis.
Em 1658, os espanhóis cercaram-no para o conquistar, mas sem efeito, pois a povoação não cedeu ao cerco. Com a decadência da população, também o castelo sucumbiu a essa decadência, embora esteja ainda com uma imponente beleza.


Como é sabido, todos os castelo tem as suas lendas, quer sobre a sua construção, quer sobre acontecimentos passados.
Também este tem a sua lenda para ser partilhada.

"Em tempos que já lá vão, após um prolongado cerco a Monsanto, os seus defensores desesperavam de se livrar do inimigo e encaravam com tristeza e mágoa a humilhação de uma próxima rendição pela fome. Da grande quantidade de viveres com que se haviam refugiado no Castelo restava apenas uma bezerra e uma Quarta de trigo. Foi então que uma mulher idosa se lembrou de dar o trigo à bezerra e de atirar do alto do cabeço aos sitiantes que no fundo da encosta esperavam a hora da rendição dos valentes defensores de Monsanto. A vitela ao rebentar lá em baixo pode mostrar o trigo com que a haviam alimentado, dando a ideia de que a praça se não entregaria pela fome. Enganando por este estratagema, o chefe inimigo manda levantar o cerco deixando os monsantinos em paz. Para comemorar este facto ainda hoje os rapazes e as raparigas de Monsanto, envergando fatos antigos, sobem ao Castelo acompanhados de muito povo, cantando e dançando ao som do harmónio e dos adufes e glorificando a Divina Santa Cruz. Das suas muralhas lançam um pote de barro, caiado de branco e enfeitado de flores, símbolo de bezerra dos seus antepassados."


Monsanto tem mais motivos de interesse Capela de São Pedro de Vir-à-Corça (ou Ver-a-Corça), situada na base do monte.


Vale a pena pegar no carro (ou ir a pé, por um caminho com cerca de dois quilómetros) para percorrer a estrada até ao local, isolado e lindíssimo, a fazer lembrar outras paragens, onde foi construída


Junto ao templo românico feito de granito, situa-se um original campanário, erguido sobre um rochedo.
O lugar serve de cenário a mais uma das lendas transmitidas de geração em geração. Trata-se da lenda da corça ou do eremita Amador: este religioso, que há muito vivia na gruta perto do campanário, encontrou um recém-nascido abandonado; sem nada para lhe dar de comer, pediu auxílio a Deus; então surgiu uma corça, que amamentou a criança até ela poder alimentar-se de frutos e ervas, a mesma dieta seguida pelo pobre eremita.

A gastronomia do concelho de Idanha-a-Nova reflecte as características de uma área de transição, entre a cozinha variada do Norte e a riqueza dos sabores do Sul.
 Destacam-se: o queijo de ovelha de Idanha-a-Nova, que prossegue os velhos métodos tradicionais de fabrico que tanta fama granjearam a este queijo.
 O queijo de cabra; os pratos confeccionados com borrego, carneiro e cabrito, sobretudo, na forma de ensopado; os enchidos, de paladar requintado, fabricados um pouco por toda a parte, perpetuando tradições seculares; os pratos de caça, embora rareando nos restaurantes do concelho, suscitam uma demanda na época própria, não fosse Idanha-a-Nova um concelho com elevado potencial cinegético (javali, coelho bravo, lebre, pombos, tordos, perdizes, etc.); a matança do porco, nos meses de Dezembro e Janeiro; a doçaria, de onde sobressaem as broas de mel, os borraehões, os bolos de azeite e o bolo doce da Páscoa.
 Mencionem-se, ainda, as azeitonas e o pão caseiro, dois produtos locais de grande qualidade que o gastrónomo experimentado não deixará de apreciar. Finalmente, refiram-se as grandes festas gastronómicas populares que são os Bodos de Salvaterra do Extremo e de Monfortinho, verdadeiras orgias de sabores tradicionais.

Tudo isto é motivo suficiente para uma visita a esta aldeia, resta-me desejar-vos uma boa viagem e que apreciem o que esta aldeia tem de melhor.