domingo, 14 de fevereiro de 2010

CABECEIRAS DE BASTO

Cabeceiras de Basto é uma terra com história que se situa numa zona de transição entre o Minho e Trás dos Montes. As marcas naturais e edificadas, convivem harmoniosamente com as suas belas paisagens  entre montes e vales.
As tradições lendárias fundem-se nos vários trilhos pedestres da cidade, onde se encontra a simbiose perfeita entre o homem e a natureza, tendo o seu expoente máximo a serra da Cabreira e as gentes laboriosas que trabalham a terra, o linho e lã.
Os rios sinuosos e de águas cristalinas convidam a uma pausa fundindo-se com a riquissima paisagem, que nos levam ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, ás casas senhoriais, ás belas igrejas, aos moinhos, espigueiros e a tanto outro patrimonio edificado e paisagistico, muito bem guarnecido pela gastronomia local rica e ancestral com sabor a campo, serra e água.
Daqui destacam-se as carnes de raças autóctones como o cabrito das terras altas do Minho, a barrosã o ua maronesa, bem servidas pelo bom vinho verde da região.
Vamos conhecer Cabeceiras de Basto em todos os sentidos.

Mosteiro de S. Miguel de Refojos





Beleza, grandiosidade e tranquilidade, caracterizam o local escolhido para a edificação do Mosteiro. Os beneditinos instalaram-se em Refojos para se dedicarem á meditação e oração num refugio sagrado.
Perde-se no tempo a fundação do mosteiro, presupondo que já exisiria no séc.XII.
Salientando alguns aspectos da igreja do Convento, destaca-se dos dois lados, as estátuas em tamanho real o fundador da ordem de S. Bento de Nurcia e de sua irmã Santa Escolástica. Destacam-se também no interior da igreja, várias máscaras demoniacas, também conhecidas na região por carrancas.
Com a extinção das ordens religiosas, os monges beneditinos foram obrigados a abandonar o Mosteiro em 1834.
Este monumento está classificado como Imóvel de interesse público desde 31 de Agosto de 1933.
Sendo este Mosteiro tão reconhecido na região, não podia-mos deixar de referir as suas festas e tradições.
Todas as segundas feiras temos a feira semanal onde produtores e compradores vindos de toda a região, vendem e compram os mais variados produtos.
Mas a festa maior, é a de S. Miguel realizada sempre entre 20 e 30 de Setembro, que se realiza já desde o reinado de D. Dinis.
O folclore, as corridas de cavalo, as chegas de bois, o jogo do pau, o fogo de artificio são algumas das atracções que mobilizam milhares de pessoas desta importante manifestação popular de cariz profano e religioso.  









Mas a história de Cabecceiras de Basto, não acaba aqui.
Falo agora de Hermigio Romarigues ( o Basto ).
Um dos grandes marcos históricos de Cabeceiras de Basto, é a estátua do Basto. Representa um guerreiro lusitano e é uma das várias estátuas existentes na Galiza, onde eram colocadas sobre as sepulturas dos guerreiros heróis e endeusados.



Estes monumentos, datam da época anterior á vinda dos romanos, possivelmente do séc. I a.c..
Talhada em granito, de arte rude e de forte compleição fisica, era composto por uma veste túnica, cingida por um cinturão de onde pendem o punhal e a espada, o escudo pequeno e redondo centrado no abdómen.
A estátua do Basto, não se encontra como inicialmente, foi modificada, acrescentaram-lhe uma cabeça e no ecudo gravaram uma legenda, "PONTE DE S. MIGUEL DE REFOYOS".
O Basto personifica a raça das gentes da região, a sua alma e as suas tradições.
É nele que os habitantes de Cabeceiras reveêm a sua coragem e honradez.


Como este é um dos marcos mais importantes da história de Cabeceiras de Basto, aqui vai a lenda do Basto.

"O império Visigodo não resistiu ao ataque dos Mouros comandados por Tarik. Espalhando o terror,estes avançaram ávidos de glória através da Galiza. Os ecos dos seus ataques chegaram ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, mas não mereceram crédito.
Bracara Auguta caiu também nas suas mãos. Então acreditaram e prepararam-se para a defesa com uma centúria de servos e homens de armas, comandados por D. Gelmiro, o venerando abade do Mosteiro.
Hermígio Romarigues, parente do fundador do Mosteiro, era o guerreiro monge que mais se destacava pelo seu porte avantajado de grandes e possantes membros e com o rosto retalhado por mil golpes das escaramuças passadas.
Postado junto á ponte que dava acesso ao Mosteiro, ao aproximar das tropas de Tarik, estendeu a mão possante, assegurando: "Até ali, por S. Miguel, até ali, basto eu!".
E bastou! Três vezes arremeteram os mouros contra as débeis defesas do Mosteiro. Mas por três vezes foram repelidos pela espada de Hermigio Romarigues. A ponte sobre a ribeira ficou atulhada de corpos e os chefes infiéis tiveram de tratar com D. Gelmiro de igual para igual, gorando-se deste modo a suposta intenção de arrasarem com o Mosteiro e decapitarem os monges.
Posteriormente, o monge guerreiro ter-se-á integrado no reduto cristão situado nas Astúrias, de onde irradiava já a reconquista a partir de Covadonga, sob o comando de Pelágio.
Hermigio Romarigues "O Basto" foi imortalizado através da estátua que erigiram em sua homenagem, como reconhecimento pelos serviços prestados a El-Rei-Pelágio.".

A cidade de Cabeceiras de Basto tem um património edificado e arquiaológico muito diversificado.
Um passeio pelo concelho leva-nos numa viagem através no tempo, ás pontes medievais de Cavez e Painzela, aos pelourinhos de Abadim e Refojos, ás inúmeras capelas e casas senhoriais existentes, e a todo um vasto conjunto de valor cultural, sempre acompanhados de um enquadramento natural de grande interesse e beleza.
São por isso alguns dos pontos de visita obrigatória por quem aqui passa.



Convento hospicio de Cabeceiras de Basto



Igreja de Santa Senhorinha


Pelourinho na Praça da República




Capelinha da Nossa Senhora do Ó



Antiga igreja de Paredes



Ponte medieval de Cavez


Capela da Senhora da Orada



Igreja de Cavez



Ermida de Porto D´olho


Estes são alguns marcos da história de Cabeceiras de Basto.

Não só de história vive Cabeceiras de Basto. O concelho tem uma vertente natural paisagistica onde o elemento natural de maior relevo é a Serra da Cabreira.
Hoje são vários os motivos para a visita á serra da Cabreira. Os seus miradouros proporcionam belissimas vistas sobre a paisagem envolvente. As aldeias mostram como no passado as populações se defendiam da severidade do inverno.
É um conjunto de elementos que transforma este território num espaço natural de elevado interesse ao qual não se pode deixar de visitar.


 







Belissimas imagens para nos deliciar.

Depois de visitar estes aspectos de Cabeceiras de Basto, chega a hora de nos degustarmos com a deliciosa gastronomia local, onde se caracteriza pela utilização de matérias primas naturais e receitas tradicionais.
O que se encontra aqui, é o contacto com sabores autênticos. Poderá escolher saborear as diversas especialidades servidas nos bons restaurantes do concelho.
As receitas mais conhecidas são a carne de vitela, o bacalhau com batata a murro, o cabrito assado, ou o mais dificil de encontrar as batatinhas de escola, uma receita premiada num concurso a nivel nacional.
Para acompanhar a refeição, nada melhor do que um bom vinho verde da região. Para finalizar, temos os doces, verdadeiras delicias que devemos provar, tais como as cavacas, as compotas e o pão-se-ló.
Tenho de mencionar ainda os produtos certificados, nomeadamente as carnes barrosã e maronesa, o cabrito das terras altas do Minho, o vinho verde e o mel.
Excelentes iguarias para que gosta de comer muito bem.
Posso falar ainda de um evento que se realiza todos os anos, que é a feira do fumeiro de Cabeceiras de Basto, onde produtores de toda a região expõe os seeus produtos a fim de dar a conhecer o que de muito bom se faz na região.









É tudo muito bom, mas para quem não tem problemas de saúde.

Como Cabeceiras de Basto oferece mil visitas, podemos aproveitar as ofertas de alojamento que a cidade oferece. A oferta de alojamento turistico abarca a quase totalidade das freguesias do concelho. Podemos optar por unidades hoteleiras, turismo em espaço rural, de habitação ou em antigas casas de guarda. Todas oferecem condições propicias ao descanso e lazer.
Há muito mais para visitar. Resta-me dizer que devem visitar esta maravilhosa cidade, vão ver que vale a pena.
Até breve.




sábado, 6 de fevereiro de 2010

VILA DO CONDE

Cidade  e sede de Concelho do norte litoral de Portugal, banhada pelo Atlântico e com o Rio Ave a sul, tem  nas suas origens, referências milenares. Assim visitar Vila do Conde é conhecer 18 kms de praias, vários monumentos históricos e aldeias rurais.
Comecemos por um dos marcos mais importantes a nivel de estruturas antigas. Falo do aqueduto de Vila do Conde.


Este aqueduto mandado construir pela entidade monarca de Santa Clara de Vila do Conde por volta do sec. XIV, veio por fim á falta de água no mosteiro de Santa Claro. Foi construido com o intuito de abastecer o mosteiro de água a partir de uma fonte localizada em Terroso (Póvoa de varzim) até ao Mosterio de Santa Clara.
 Inicialmente foi construido com cerca de 999 arcos perfieitos, porém em 1794, alguns desses arcos foram destruidos devido á passagem de um furacão que assolou a região. Já no sec. XX, procedeu- se á classificação de Monumento Nacional.







Uma vez que o aqueduto finaliza no Mosteiro de Santa Clara, Vamos conhecê-lo um pouco melhor.
Este mosteiro foi mandado edificar por D. Afonso Sanches, sendo este filho bastardo de D. Dinis, em 1318.
Deste património edificado, resta apenas a igreja de Santa Clara, onde se encontram alguns túmulos importantes, como o de D. Beatriz, filha do beato D. Nuno Alvares pereira e dos Condes de Cantanhede.
Após o decreto liberal de extinção de ordens religiosas, a vida no convento foi-se apagando lentamente até chegar a seu fim em 1892, com a morte da sua ultima freira.
 Já recentemente foi assinado um contrato com vista a transformar o convento em Pousada de Portugal.





Estas duas construções são as mais conhecidas da cidade de vila do conde, porém, existem mais marcos da história da cidade.

Azenha quinhentista, um dos poucos exemplares que ainda existem em Portugal.


Forte de S. João Batista.
Construido no final do sec. XVI, teve como função a defesa do porto do rio Ave, tendo perdido o seu valor militar, após o fim da guerra civil em 1834. Actualmente, funciona como uma unidade hoteleira.



Capela da Nossa Senhora da Guia.
Esta capela já existiria em 953, sendo referenciada apenas em 1059. Para alé da sua utilização religiosa, era inicialmente um ponto de apoio para a defesa da barra maritima.


Ponte D. Zameiro.
A sua construção data dos séculos XII-XIII, establecendo a ligação entre Bagunte e Macieira da Maia.


Azenha de D. Zameiro.

Vila do Conde é conhecido não só pelas suas construções históricas, mas também por ser um dos lugares mais concorridos no verão para se fazer praia. Como referi no inicio, este concelho usufrui de 18 km de praia banhado pelo oceano atlântico, oferecendo várias zonas balneares, bem como os respectivos apoios de praia.





Posto isto, é altura de finalizar com algumas imagens da cidade.






É com uma belissima imagem da foz do rio Ave que me despeço, esperando que tenham gostado de conhecer esta cidade.
Felicidades e até breve.